Medida também evita desgaste dentro do PT.
Segundo jornal, João Vaccari Neto alega que precisa se concentrar na sua defesa depois que virou réu
Denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto,
irá se licenciar do partido, segundo informou nesta quarta-feira a
coluna do jornal O Globo “Panorama Político”, de Ilimar Franco.
De acordo com a coluna, Vaccari vai alegar que precisa se concentrar na
sua defesa depois que virou réu. Deputados que integram a coordenação da
bancada do PT na Câmara já tinham defendido, há uma semana, em reunião
com o presidente do partido, Rui Falcão, o afastamento do tesoureiro
para tentar aplacar o desgaste político decorrente da Operação Lava
Jato.
Embora muitos petistas sejam contra a medida, ela evitaria um desgaste
na reunião do Diretório Nacional do PT, na próxima segunda-feira. O
comando petista espera que, sem Vaccari no cargo, haverá uma redução e
da pressão política contra a presidente Dilma.
A Justiça Federal aceitou na última segunda-feira a denúncia do Ministério Público Federal (MPF)
contra Vaccari e o ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras,
Renato Duque, além de outras 25 pessoas. O tesoureiro, segundo o MPF e o
ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, teria recebido propina do clube
de empreiteiras que se organizou para ganhar licitações da Petrobras por
meio de acordos criminosos. Ainda segundo a acusação, Vaccari teria
sido responsável pela negociação de doações oficiais de campanha para o
PT oriundas de pagamento de propina.
Vaccari comandava ações
Em depoimento à Força-Tarefa da Lava Jato, o vice-presidente da Camargo
Corrêa, Eduardo Leite, disse que Vaccari exigiu uma doação de mais de R$
10 milhões ao PT a título de propinas atrasadas da Diretoria de
Serviços. Leite fechou um acordo de delação premiada com MPF.
“Não apenas o conhecia (o esquema de corrupção), mas o comandava, direta ou indiretamente”, disse a denúncia do MPF.
Em 2010, Vaccari teria procurado Leite para acertar “as contas” da
Camargo Corrêa. A empresa estaria devendo parte do pagamento de propina
acertado com o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco e o
ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque. O trecho está na
denúncia apresentada contra Vaccari, Duque e outras 25 pessoas.
“Dentro desse contexto relatado e com base nos depoimentos, confissões e
documentos, não há qualquer dúvida de que João Vaccari tinha plena
ciência, na qualidade de tesoureiro e representante do Partido dos
Trabalhadores, do esquema ilícito e, portanto, da origem espúria dos
valores”, afirma a denúncia.
fonte: Gazeta do povo.
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