sexta-feira, 20 de março de 2015

CRISE POLÍTICA Pacote de Dilma não é prioridade, diz líder do PMDB

Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Picciani, líder do PMDB: principal partido aliado tem agenda totalmente oposta à do Planalto. | Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Picciani, líder do PMDB: principal partido aliado tem agenda totalmente 
oposta à do Planalto.

Num sinal de afastamento do Planalto, sigla se recusa a votar leis anticorrupção e quer reduzir número de ministérios

Um dia após ter pressionado a presidente Dilma Rousseff a demitir o ministro Cid Gomes (Educação), o PMDB deu nesta quinta-feira (19) mais uma demonstração de força em relação ao Planalto. O líder do partido na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ), disse que o pacote anticorrupção apresentado na quarta-feira (18) por Dilma não será a prioridade da bancada, que é a maior da Casa.

Os peemedebistas, por outro lado, definiram como prioritária a votação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz de 39 para 25 o número de ministérios. É uma agenda contrária aos interesses de Dilma, que para garantir o apoio da base aliada precisa distribuir cargos. O enxugamento da máquina administrativa, por outro lado, tem sido um dos principais discursos da oposição para desgastar a presidente.

“É um exagero ter 39 ministérios. Cortar seria uma demonstração clara e inequívoca do compromisso do governo [com o corte de gastos]”, afirmou Picciani.

O líder do PMDB também questionou o envio às pressas pela presidente do pacote anticorrupção. Segundo ele, o assunto deveria ter sido discutido “previamente” com os partidos da coalizão governista, da qual o PMDB faz parte, antes de ser enviado ao Congresso. “Podia chegar um texto mais redondo. Como isso não foi feito, essa discussão se dará a partir de agora. Isso requer tempo e paciência.”

Picciani argumenta que já existem leis que punem a corrupção e não se arrisca a prever um prazo para que sejam votadas as medidas enviadas pelo Palácio do Planalto como resposta às manifestações do domingo passado.

“A vida não para a fim de que se investigue a corrupção. Ela tem de ser investigada no dia a dia. Acho que nós já temos leis anticorrupção no país, tanto é que já temos pessoas sendo punidas, respondendo a processo e presas por corrupção”, disse o peemedebista, que participou na manhã desta quinta-feira (19) de uma reunião com os deputados da sigla para acertar as prioridades do partido.

fonte: Gazeta do povo.

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