sexta-feira, 8 de maio de 2015

Kogut deixa governo Beto e responsabiliza Francischini

Comandante da Polícia Militar no Estado entrega o cargo após perder queda de braço com secretário de Segurança


Curitiba – O coronel César Vinicius Kogut pediu exoneração ontem do comando da Polícia Militar do Paraná (PMPR) após perder a "queda de braço" com o secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini. Em carta enviada ao governo na última quarta-feira, Kogut criticou a postura do secretário que tentou se eximir da responsabilidade na repressão aos manifestantes no dia 29 de abril. O documento foi assinado por 16 dos 19 coronéis da ativa, entre eles o próprio chefe do Estado Maior da corporação, coronel Carlos Alberto Bührer Moreira, que substituirá provisoriamente Kogut no comando da PMPR. Moreira até então era o responsável pelo inquérito militar que apura os excessos cometidos pelos policiais no dia 29 

Em seu pedido encaminhado ao governador Beto Richa (PSDB), o coronel Kogut alegou "dificuldades intransponíveis com a direção da Secretaria de Segurança Pública (Sesp)". Já em nota de esclarecimento divulgada ontem para os policiais militares e à imprensa, Kogut explica que sua demissão foi motivada por questões de gestão administrativa e operacional, e de relação profissional com o secretário Francischini. No comunicado, ele ressaltou que "a postura ética, o sentimento do dever, a honra e ombridade sempre permeou sua vida pessoal e profissional". Kogut ainda destacou que "durante toda sua carreira profissional sempre teve e tem a conduta de poder olhar seus subordinados, pares e superiores de cabeça erguida". O coronel finaliza a nota agradecendo todo o efetivo da PMPR, e dizendo que "tem carinho e gratidão com a instituição a qual serviu por mais de 36 anos, integrado com valorosos profissionais". Kogut estava no comando da Polícia Militar desde o dia 15 de outubro de 2013, quando substituiu o coronel Roberson Bondaruk. 

O governo, por sua vez, apenas divulgou uma nota confirmando a saída de Kogut, sem fornecer maiores detalhes sobre a troca do comando. 

Após a carta de Kogut criticando Francischini, a situação entre a corporação e a Sesp ficou insustentável e já era esperado que Beto Richa tomasse alguma providência. Em relação ao secretário, entretanto, não há previsão sobre mudança mesmo depois de a mulher de Francischini, Flávia, ter publicado um post – que foi apagado posteriormente - em uma rede social com críticas indiretas ao governo Beto Richa. "Um bom político trabalha e age por si só, não depende de homens sujos, covardes, que não honram as calças que vestem e precisam agir sempre em grupo, ou melhor quadrilha", escreveu ela. 

Mais de uma semana após a repressão aos professores no Centro Cívico, é a segunda troca confirmada pelo governo. A primeira foi Fernando Xavier Ferreira que deixou a Secretaria Estadual de Educação sob críticas dos professores. 

MANIFESTAÇÃO 

Após os manifestos do ex-comandante Kogut e da Associação dos Oficiais Policiais e Bombeiros Militares do Paraná, a Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai) também se posicionou criticando o secretário de Segurança. Conforme a entidade, "a manutenção de Fernando Francischini na Sesp ofende profundamente a inteligência e a moral do povo paranaense que sabe, hoje, sem sombras de dúvida, que ele participou ativamente de todas as fases da operação no Centro Cívico que envolveu PMs e professores". A Amai informou ainda que notificou juridicamente o secretário para que explique suas declarações à imprensa.Fonte:Folha Web.

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