sexta-feira, 22 de maio de 2015

Arrecadação de imposto sobre lucro de empresa cai 14%

De janeiro a abril, a Receita recolheu 4,17% menos impostos no Paraná


A Receita Federal divulgou ontem a arrecadação de impostos de abril. No Paraná, foram R$ 5,599 bilhões. Corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a arrecadação no mesmo mês do ano passado havia sido de R$ 5,617. Portanto, há uma discreta queda de 0,32%. Em todo o País, foram arrecadados R$ 109,2 bilhões, 4,62% menos que em abril de 2014 (R$ 114,9 bilhões). 

No acumulado do ano, a queda de arrecadação no Paraná é de 4,17%. De janeiro a abril deste ano, foram R$ 20,597 bilhões. No mesmo período de 2014, haviam sido R$ 21,493 bilhões. Já, em todo o País, a arrecadação caiu 2,71% na comparação entre os dois quadrimestres, de R$ 430,3 bilhões em 2014 para 
R$ 416,6 bilhões neste ano. 

A queda de alguns impostos serve como termômetro para medir a retração da economia estadual. De janeiro a abril deste ano, o Paraná recolheu 14,38% menos Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas. E 9,45% menos Imposto sobre Produtos industrializados (IPI). 

"A queda é esperada e reflete os principais indicadores econômicos, como produção industrial e vendas de bens e serviços", afirma Vergilio Concetta, assistente de gabinete da Superintendência da Receita Federal para o Paraná e Santa Catarina (9ª Região Fiscal). Somente em março, a produção industrial paranaense encolheu 5,2%. E as vendas de bens e serviços, 0,2%. 

Apenas a arrecadação de Imposto sobre Operações Financeira (IOF) cresceu no Paraná, neste ano (+9,64%). "Mas é uma receita pequena. Ela cresceu porque houve aumento de alíquota", afirma. Ele acredita que novos aumentos virão. "As discussões quanto ao ajuste fiscal (do governo Dilma) apontam para isso", declara. 

Brasil 

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, disse ontem que, no mês passado, pior abril para a arrecadação da Receita Federal desde 2010, os indicadores macroeconômicos continuaram em trajetória negativa. "Isso tem forte conexão com o resultado da arrecadação", afirmou. 

De acordo com os dados da Receita, no mês passado ante abril de 2014 houve uma queda de 3,5% da produção industrial e baixa de 0,67% de comércio e serviços. Malaquias enfatizou que, mesmo a massa salarial, que teve aumento de 4,90% no período, em termos reais, já está negativa. 

O técnico enfatizou também que tanto o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) quanto a Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) tiveram queda real de 18% de abril de 2014 para o mês passado. "Isso significa que o lucro das empresas se reduziu em abril em relação a abril de 2014. À medida em que as empresas produzem e comercializam em patamar menor, evidentemente reduzem seus ganhos e a base dos tributos IR e CSLL também diminuem" comentou. 

Sem fazer prognósticos para o futuro, Malaquias disse que quando as empresas mostrarem recuperação, isso vai ser refletido nas receitas. Ele comentou ainda que os acréscimos no valor das desonerações foi de 15,61% em 12 meses. Isso porque tanto o Simples quanto a desoneração sofreram acréscimos de setores ante 2014. "Esses valores tendem a crescer em 2015 e quando arrecadação das empresas é menor, o governo tem que participar com mais dinheiro nas contas da Previdência." 

Segundo Malaquias, a expectativa de arrecadação em 2015 está negativa em relação a 2014. "A arrecadação está muito inferior em comparação com o mesmo período do ano passado", disse. O representante do órgão também afirmou que a queda de lucratividade atingiu a totalidade dos setores da economia. "Os bancos, por exemplo, estão com expectativa de menor realização de resultado este ano", ressaltou. Ainda de acordo com ele, o resultado da arrecadação está nessa trajetória desde o fim do ano passado. (Com Agência Estado)Fonte: Folha Web.

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