sexta-feira, 24 de abril de 2015

PR tem recorde de transplantes no 1º trimestre

Número de procedimentos realizados entre janeiro e março é o maior desde 1995


Londrina - O número de transplantes de órgãos no Paraná no primeiro trimestre de 2015 cresceu 31% em relação ao mesmo período de 2014. Os 116 procedimentos - no ano passado haviam sido realizados 88 - representam o maior índice alcançado desde a criação da Central Estadual de Transplantes, em 1995. Até então, a maior quantidade de transplantes havia sido realizada nos três primeiros meses de 2011, com 105 cirurgias. 

O Estado realizou este ano 79 transplantes de rim, 28 de fígado, cinco de coração e quatro de pâncreas. Apesar dos números positivos, a lista de espera por um novo órgão continua grande no Estado. No total, são 2.135 pessoas, das quais 1.547 aguardam um rim, 379, córneas, 121, fígado, 50, coração, 25, rim/pâncreas e 13, pâncreas. 

Para a diretora do Sistema Estadual de Transplantes, Arlene Badoch, o aumento dos transplantes é resultado de uma somatória de situações, que incluem a reavaliação e aperfeiçoamento do sistema de captação, a capacitação e treinamento dos profissionais e o aprimoramento da logística. "O treinamento do profissional é o grande divisor para melhorar o sistema. Ele precisa estar capacitado na hora do acolhimento da família, no momento da entrevista e de dar a má notícia para os familiares", ressaltou. 

Com o objetivo de melhorar a qualidade no atendimento, o Estado promete iniciar em agosto um processo de educação continuada com todos os profissionais envolvidos, com cursos e palestras. "No ano passado, lançamos a campanha ‘Doação de Órgãos - Fale sobre Isso’, em parceria com diversas empresas e instituições, que divulgam as ações nos seus produtos. É uma forma de deixar o assunto em pauta e criar uma cultura nova em relação à doação de órgãos", frisou Arlene. 

Para a coordenadora da Central de Transplantes de Londrina, Ogle Beatriz Bacchi, outro ponto fundamental para o aumento de transplantes é diagnosticar e notificar todos os casos de mortes encefálicas. O número de notificações este ano foi de 185, contra 133 em 2014, um aumento de 39%. "Quanto mais notificação, maior a possibilidade de doação", apontou Ogle. "Precisamos proporcionar o maior esclarecimento possível para dar autonomia para a família escolher a doação ou não." 

Dados da Central Estadual de Transplantes mostram que do total de 185 notificações, 120 não se concretizaram em doações e o principal motivo é a recusa familiar, com 43 casos, ou 35%. "Nossas informações indicam que 60% das recusas acontecem em virtude da família não saber a vontade do doador. Por isso é importante provocar a manifestação das pessoas", ressaltou Ogle. "Quem doa é a família e ela dificilmente vai querer contrariar o último desejo de um ente querido", relatou Arlene. Outro fator que impede os transplantes é a falta de condições clínicas dos órgãos. 

Fonte: Folha Web.

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