quinta-feira, 23 de abril de 2015

MP suspeita de ligação entre Abi e esquema na Receita Estadual

Gustavo Carneiro/17-3-2015
Ministério Público suspeita que 43% dos auditores fiscais da Receita Estadual de 
Londrina podem estar envolvidos na organização criminosa.


Embora não esteja entre os 62 acusados pelo Ministério Público (MP) do Paraná por envolvimento no suposto esquema de cobrança de propina e sonegação fiscal na Receita Estadual de Londrina, o empresário Luiz Abi Antoun é suspeito de ligação com o comando da "organização criminosa". Ele, que é primo do governador Beto Richa (PSDB), chegou a ficar preso por uma semana e foi denunciado em outra operação – a Voldemort – como "líder" do grupo que teria fraudado a contração da oficina Providence, de Cambé. 

Para o MP, é necessário prosseguir com a investigação para identificar se Abi teria se utilizado de sua influência na administração estadual para proteger o ex-inspetor geral da Receita Estadual Márcio Albuquerque de Lima e o empresário Paulo Midauar. Este último, ainda preso, também foi denunciado pela fraude na contratação da oficina. Abi era citado pelos demais envolvidos na operação Voldemort como "o chefão", "o cara". 

Márcio Albuquerque, o suposto protegido, foi exonerado do cargo estadual dois dias antes da deflagração da Operação Publicanos e, desde então, segue foragido. 

DELAÇÃO PREMIADA 

A suposta "organização criminosa incrustada na Receita Estadual, talvez o grupo criminoso mais antigo da região de Londrina", conforme o MP, foi revelada com a colaboração de 18 investigados, que firmaram termos de delação premiada. Em favor deles, que também foram denunciados pela participação nas irregularidades, o MP pediu ao Judiciário os benefícios previstos na legislação. Além deles, outros dois empresários forneceram informações importantes para o início da Publicanos e escaparam da denúncia criminal. 

Entre os 18 acusados que contribuíram com a apuração estão contadores e empresários que podem, de acordo com o entendimento da Justiça, ter eventuais penas reduzidas. Para o MP, os acordos de delação premiada foram essenciais no trabalho de apuração, pois "sem tal colaboração, o avanço das investigações e a responsabilização dos demais criminosos se tornariam mais difíceis de serem alcançados".

Fonte: Folha Web.

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