terça-feira, 10 de novembro de 2015

Preço dos combustíveis sobe até R$ 0,50 em uma semana

Empresários culpam distribuidoras por elevação de valor e consumidores reclamam; delegado do Gaeco busca informações sobre política de valores no setor

Fotos: Gina Mardones
Donos de postos disseram que distribuidoras foram promovendo 
os reajustes aos poucos e não têm condições de absorver os custos
Para a gerente de restaurante Lucineia Chaves, a alta dos 
combustíveis é prejudicial a toda a cadeia de produtos

Os preços médios dos combustíveis em Londrina aumentaram na última semana e foram de R$ 3,54 para R$ 3,58 no caso da litro de gasolina e de R$ 2,37 para R$ 2,46 no custo do etanol, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Os valores máximos, porém, subiram R$ 0,30 e bateram em R$ 3,89 para a gasolina e R$ 0,50 de alta para o derivado de cana-de-açúcar, que foi a R$ 2,99. Os proprietários dos postos afirmam que os reajustes foram promovidos aos poucos pelas distribuidoras e que não têm condições de absorver os custos, enquanto os consumidores reclamam de valores mais baixos em cidades da região. 
O Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) investiga se há formação de cartel, com alinhamento de preços, por parte de proprietários de postos em Londrina. O delegado do órgão, Alan Flore, ouviu ontem representantes de distribuidoras, na sede do Ministério Público, para colher informações sobre a política de custos e sobre os motivos da diferença em relação a cidades da região. "O que motivou esse aumento dos últimos dias é mais um fato e também será avaliado na investigação", disse Flore. 
A reportagem passou por dez postos na tarde de ontem na região central da cidade e a maioria tinha preços entre R$ 3,65 e R$ 3,79 para a gasolina e de R$ 2,69 a R$ 2,99 para o etanol. Somente em um dos estabelecimentos, que fica na zona sul, o valor destoava para R$ 3,53 e R$ 2,49, respectivamente. 
Dois empresários mostraram à reportagem duas notificações por e-mail, cada, de reajustes de preços promovidos por distribuidoras em um período de menos de dez dias, para justificar as elevações. Ambos acreditam que não há qualquer relação entre a alta e a greve dos petroleiros ou o piquete de caminhoneiros em estradas em protesto contra o governo federal, que poderiam gerar ameaça de desabastecimento. "O problema é que está subindo na distribuidora e vamos repassando. De uma semana para a outra, primeiro foi 3,37% e depois, mais R$ 0,06", diz o proprietário do posto Petroaras 2, Ângelo Ricardo. 
O dono do posto Cupimzão 2, Diogo Decker, afirma que recebeu novos carregamentos com alta de R$ 0,05 por litro e de R$ 0,18. "A gasolina vem subindo mesmo que o reajuste tenha sido lá atrás, mas, se eu subo R$ 0,05 na bomba, dizem que a culpa é do empresário", reclama. Ele rejeita a chance de filas devido à paralisação de caminhoneiros. "Em fevereiro, quando houve a greve, acabou o combustível no posto em alguns dias porque todo mundo correu para abastecer, mas isso não deve ocorrer de novo", lembra, ao citar a paralisação anterior da categoria. 
O consumidor, no entanto, desconfia dos preços na cidade. "Viajo por todo o norte do Paraná e a diferença em relação a Londrina é muito grande. O preço aumentou uns R$ 0,30 em uma semana e sempre custa mais do que em Cambé e Ibiporã", diz o técnico em eletrônica Marcelo Soares. "Quase todos os postos da região central aumentam sempre juntos. É estranho", diz o fiscal ambiental Antonio Moura. 
Para a gerente de restaurante Lucineia Chaves, a alta dos combustíveis é prejudicial a toda a cadeia de produtos. "Tudo aumenta e isso vem de tempos. Trabalho com alimentos e a cada dia compro mais caro, porque isso reflete o preço dos combustíveis", critica. 

No limite

Em Londrina, a diferença entre os dois combustíveis já chega a 68,6%, na média. Segundo especialistas, vale a pena abastecer com etanol quando o biocombustível custa até 70% do valor da gasolina.Fonte: Folha Web

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