Ribeiro diz que ex-funcionárias estão ‘ressentidas’ com a saída.
Ex-servidora declarou que, do salário líquido de R$ 5,4 mil, ficava apenas com
R$ 2,2 mil. O deputado estadual nega a acusação
Duas ex-funcionárias do deputado estadual Gilberto Ribeiro (PSB) acusam o parlamentar de reter parte do salário de pessoas que trabalham no gabinete dele, na Assembleia Legislativa do Paraná. Em depoimento ao Ministério Público Estadual (MP), uma delas admitiu que devolvia diretamente a Ribeiro mais da metade da remuneração mensal. Ela autorizou a quebra do próprio sigilo bancário para comprovar a suposta irregularidade. O parlamentar nega a acusação.
Conforme depoimento prestado no dia 22 de outubro, Emanoelli Secchi da Silva afirmou ter trabalhado para Ribeiro do final de 2013 até fevereiro deste ano. Nas alegações ao MP, ela disse ter sido procurada pelo parlamentar por indicação da mãe, Alice Secchi, que é servidora concursada da Assembleia e estava cedida ao gabinete dele. Na época, Emanoelli era estagiária de Direito no Departamento de Execução Penal (Depen) e foi contratada para trabalhar durante a tarde no Legislativo, auxiliando na elaboração de projetos de lei.
Segundo Emanoelli, Ribeiro disse que ela teria que devolver parte do salário a ele. No depoimento, a hoje advogada afirmou que aceitou a oferta, mesmo sendo prejudicada, porque sua remuneração saltaria de um salário mínimo para cerca de R$ 2 mil. Do salário líquido de R$ 5,4 mil recebidos por ela, conforme dados do Portal da Transparência, Emanoelli declarou que ficava com R$ 2,2 mil. O restante era sacado no caixa eletrônico e devolvido ao próprio Gilberto Ribeiro.
Ela ainda disse ao MP que Leila Soriani e Eliseu Meira também devolviam dinheiro ao parlamentar. Já a mãe dela, Alice Secchi, afirmou que não era segredo dentro do gabinete, “porque todo mundo comenta”, que os funcionários Dinho e Kiko entregam parte do salário a Leila. Eles estariam lotados na 3.ª vice-presidência da Assembleia, comandada por Ribeiro. De acordo com Alice, Leila era quem coordenava a arrecadação, além de ser responsável por cuidar das contas do gabinete e da vida financeira privada do parlamentar, inclusive com acesso à conta bancária dele.
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