LOA 2016 recebe 1.437 emendas na Assembleia
Proposta do governo Beto Richa encaminhada ainda em
setembro para a AL prevê um orçamento de R$ 54,5 bilhões para o próximo
ano, 9% superior a este ano
"Vou conversar esta semana com o governo para ver quais alterações serão
feitas e pedir que sejam feitas o mais rápido possível", diz o relator
da LOA, deputado Elio Rusch (DEM)
Curitiba - Um balanço divulgado ontem pela Comissão de Orçamento
da Assembleia Legislativa (AL) aponta que a Lei Orçamentária Anual (LOA)
para 2016, que estima as receitas e autoriza as despesas do governo de
acordo com a previsão de arrecadação, recebeu um total de 1.437 emendas,
sendo 931 referentes a despesas e 89 que preveem modificações ao texto.
O número é 12% superior ao apresentado no final do ano passado
(1.283 emendas). Já o Plano Plurianual (PPA), que estabelece metas da
administração abrangendo programas de manutenção e expansão, no período
entre 2016 a 2019, recebeu 167 emendas.
A proposta do governo encaminhada ainda em setembro para a AL prevê
um orçamento de R$ 54,5 bilhões para o próximo ano, o que representa um
crescimento de 9% em relação ao orçamento deste ano (R$ 44 bilhões).
Dentro desse montante o governo espera investir algo em torno de R$ 6,8
bilhões. Já no caso do PPA, a previsão é de um orçamento de R$ 210
milhões até 2019.
De acordo com Elio Rusch (DEM), relator da proposta orçamentária
pelo quinto ano consecutivo, este número deve aumentar porque o Poder
Executivo ainda pode apresentar emendas enquanto a LOA e o PPA ainda
estão em tramitação na Comissão. É no mínimo curioso que o governo possa
modificar a mensagem que ele mesmo encaminhou há pouco mais de um mês,
entretanto o regimento interno da Casa prevê esta possibilidade antes da
matéria ter a votação em Plenário iniciada.
"Vou conversar esta semana com o governo para ver quais alterações
serão feitas e pedir que sejam feitas o mais rápido possível. A
apresentação de emendas do Poder Executivo ao PPA já está confirmada.
Mas acredito que, diante dos pedidos dos secretários, também sejam
encaminhadas emendas à LOA 2016", destacou o parlamentar.
Conforme Rusch, ainda não é possível saber qual setor despertou mais
interesse dos parlamentares porque as emendas seguem sendo analisadas
pela equipe técnica da Comissão. Junto com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), aprovada ainda no primeiro semestre deste ano, a
LOA e o PPA formam o orçamento público estadual. A previsão é de que a
votação das propostas ocorra em dezembro.
O presidente da Comissão Mista de Orçamento da Casa, Nereu Moura
(PMDB) criticou a possibilidade do governo poder apresentar emendas
tanto a LOA quanto ao PPA. Ele lembrou que ainda em março deste ano foi
apresentada uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de nº 2/2015
pela Comissão Especial para Análise e Reforma das Normas do Regimento
Interno da AL, que pretendia limitar o prazo para que o governo
promovesse mudanças em relação à LOA.
Coincidência ou não, o relatório apresentado pela Comissão
responsável por reformular o Regimento Interno da Casa, e que previa
esta modificação no prazo para fazer mudanças na LOA e PPA, ainda não
foi colocado para ser votado na Casa.
"No Congresso Nacional o governo não pode mais mexer no orçamento
após ter enviado os números. Aqui, no ano passado, já ocorreu isso. O
governador Beto Richa (PSDB propôs algumas alterações e, pelo que
estamos sabendo, virá outra mensagem alterando o orçamento antes dele
ser aprovado. É incrível a capacidade que este governo tem para fazer
trapalhada", destacou.
A Comissão de Orçamento é integrada por sete membros: deputados
Nereu Moura (PMDB), presidente; Francisco Bührer (PSDB),
vice-presidente; Cristina Silvestri (PPS); Missionário Ricardo Arruda
(PSC); Nelson Luersen (PDT); e Rasca Rodrigues (PV), além de Elio Rusch,
relator. "Estamos avaliando as emendas uma a uma para ver aquelas que
serão acolhidas e aquelas que serão rejeitadas. Nossa equipe está
fazendo um trabalho criterioso para que o orçamento seja o mais realista
possível", completou Nereu.Fonte: Gazeta do Povo.
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