sábado, 20 de junho de 2015

Emprego cai pelo 2o mês em Londrina

Cidade perdeu 480 vagas em maio, depois de cortar 760 em abril; saldo do ano ainda é positivo em 2.456 postos de trabalho


Depois de um início de ano com forte aquecimento do mercado de trabalho, Londrina registrou em maio saldo negativo de emprego pelo segundo mês consecutivo. Durante o mês passado, foram realizadas 7.395 admissões e 7.875 demissões na cidade, o que resulta num saldo negativo de 480 vagas. Em abril, o saldo já tinha sido negativo (-760). Apesar disso, no acumulado do ano, foram feitas 2.456 admissões a mais que demissões. 
 
Na média paranaense, o saldo em maio também foi negativo (-1.361), assim como o de abril (-2.022). Da mesma forma que em Londrina, o aquecimento do mercado de trabalho de janeiro a fevereiro permitiu um saldo acumulado positivo de 22.723. Os números de maio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (Caged) foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. 

Dos maiores municípios, Cascavel, no Oeste, é o que apresenta melhor empregabilidade neste ano. Não houve fechamento de vagas em nenhum mês. Em maio, foram criados 326 novos postos de trabalho e o saldo do ano é de 2.040. Maringá criou 185 postos de trabalho em maio, com 6.378 admissões e 6.193 demissões. Somente em abril a Cidade Canção teve saldo negativo (-295). No ano, são 2.105 novos postos de trabalho. Já Curitiba, que perdeu 1.439 vagas em maio, acumula perdas de 2.384 em todo o ano. 

O principal responsável pela queda no emprego é a indústria de transformação. Em todo o Estado, o setor fez 2.845 demissões a mais que contratações. Mesmo assim, o saldo do setor ainda é positivo no ano: 3.533. Em Londrina, o setor fechou 373 vagas em maio e 82 no acumulado do ano. 

No mês passado, a maioria dos subsetores fechou postos de trabalho na cidade. As exceções são a construção civil, com saldo positivo de 139, o comércio varejista, com 125, e os serviços médicos, odontológicos e veterinários (101). No acumulado do ano, o subsetor de comércio e administração de imóveis e serviços técnicos foi responsável pela maior partes das vagas abertas (1.686). O de ensino contribuiu com 208 vagas. 

"O setor que ainda mantém saldos positivos na indústria paranaense é o alimentício. Por isso que em cidades como Maringá e Cascavel, onde essa atividade é forte, apresentam saldos positivos", avalia Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). "A indústria sofre mais na região metropolitana de Curitiba onde se concentra o subsetor automotivo", complementa. Em todo o Estado, no acumulado do ano, o subsetor metalúrgico fechou 622 vagas e o mecânico outras 433 vagas. A indústria química fechou 576 postos de trabalho. Já o subsetor de alimentos criou 6.040. 

De acordo com ele, o desemprego vai se acentuando aos poucos na indústria, que "aguarda o máximo possível para fazer demissões". "A indústria investe bastante na qualificação da mão de obra. E busca ao máximo mantê-la", afirma. O economista diz que a produção e as vendas da indústria paranaense no ano passado caíram mais de 10% na comparação com 2013, mas que só agora essa queda está refletindo mais fortemente nos empregos. "Como não há previsão de melhora, a indústria está equilibrando a relação entre produção e venda com a mão de obra", declara. 

O presidente da Associação Comercial e Industrial (Acil), Valter Orsi, diz que o setor de serviços apresenta grande oscilação na oferta de empregos. Principalmente porque boa parte das vagas são criadas pelos call centers instalados na cidade, que apresentam alta rotatividade de mão de obra. Em maio, os serviços fecharam 342 vagas na cidade, mas ainda mantêm um saldo positivo de 2.366 no ano. 

Sobre o fato de o comércio apresentar um saldo negativo de 42 vagas no ano, ele afirma que o setor precisa ser "repensado". "Precisamos resolver os impasses com o sindicato dos comerciários para flexibilização do horário de abertura das lojas", afirma. Ele defende a alteração do Código de Posturas do Município, que só permite a abertura do comércio de rua nas tardes do primeiro e segundo sábados do mês.Fonte: Folha Web.

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