terça-feira, 14 de julho de 2015

LEGISLATIVO ESTADUAL Renovação do pedágio sofre resistência na Assembleia Legislativa

O deputado federal Aliel Machado (dir.) esteve na Assembleia e criticou a renovação do pedágio. | Pedro Oliveira/Alep

Proposta do governo de renovar os contratos em troca de redução da tarifa foi alvo de críticas de deputados estaduais e federais

O debate sobre a prorrogação das concessões de pedágio esquentou nesta segunda-feira (13) naAssembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Os deputados estaduais Chico Brasileiro (PSD) eNelson Luersen (PDT) usaram a tribuna para atacar a proposta de renovar antecipadamente por 24 anos os contratos com as concessionárias que administram 1,8 mil quilômetros de rodovias.

O deputado federal Aliel Machado (PCdoB), que esteve nesta segunda na Assembleia, bateu duro na intenção do governador Beto Richa de dar mais 24 anos para as concessionárias operarem no estado. Nem mesmo o deputado federal Ricardo Barros (PP), marido da vice-governadora Cida Borghetti (Pros), defendeu a renovação dos contratos.

Barros condicionou a renovação com as concessionárias à apresentação de um plano de realização de obras. “Queremos que o governo [estadual] mostre um plano com investimentos e, talvez, um prazo maior para amortizar esses investimentos. A decisão será tomada de acordo com as vantagens e desvantagens apresentadas. O que interessa ao setor produtivo paranaense é pedágio mais barato e estradas melhores”, disse.

Aliel Machado criticou as altas taxas de retorno das concessionárias de pedágio, segundo ele acima de 19%, enquanto em ouros estados ficam na casa dos 7%. “Não podemos cometer o mesmo erro de quando o pedágio foi implantado. É um absurdo falar em renovação por 24 anos sem sabermos o que será feito em termos de obras importantes para a população”, afirmou.

Chico Brasileiro fez um alerta para os custos econômicos da renovação. “Este pode ser um grande golpe na nossa economia”, afirmou. Ele citou estudo da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), que aponta que a média ponderada do pedágio pago por veículos pequenos no Paraná é de R$ 11,05 a cada 100 quilômetros, enquanto no Sistema Dutra, em São Paulo, é de R$ 4,58.

De acordo com a Ocepar, o impacto do pedágio sobre o custo do transporte de Foz do Iguaçu até Paranaguá é de 36,67% – são R$ 750,40 para um caminhão de cinco eixos. Numa distância menor, entre Ponta Grossa e Paranaguá, o impacto é de 25,9%, pagando-se R$ 231,20 em pedágios. O faturamento das concessionárias no Paraná em 2014 foi de R$ 1,84 bilhão.

Os contratos com as concessionárias de pedágio terminam no final de 2021. No dia 1.º de julho, uma proposta de prorrogação foi entregue ao governo federal, titular das rodovias, pela Associação Comercial e Federações da Agricultura e das Empresas de Transporte de Cargas. O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, determinou a criação de um grupo de trabalho para tratar da renovação. O governo do estado indicou a vice-governadora Cida Borghetti e os secretários da Casa Civil, Eduardo Sciarra, e da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.
Fonte: Gazeta do Povo.

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