sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

CRISE NA EDUCAÇÃO Desconfiados, professores mantêm a greve

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Até chegar a uma negociação favorável, professores seguem acampados em frente ao Palácio Iguaçu. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Até chegar a uma negociação favorável, professores seguem acampados em frente ao Palácio Iguaçu.

Categoria marca assembleia para quarta-feira, mas admite que está difícil de acreditar que governo estadual cumprirá promessas

A paralisação dos professores e servidores da rede estadual de ensino vai se estender, no mínimo, até a metade da próxima semana. A APP-Sindicato, que representa os educadores estaduais, marcou para a próxima quarta-feira a realização de uma assembleia-geral que vai deliberar se a categoria põe fim à greve. Apesar de, em três rodadas de negociação, o governo ter se comprometido a atender vários itens da pauta de reivindicações, o clima entre os professores é de desconfiança e incertezas. Mesmo com os avanços, a categoria pode continuar parada.
“Se a assembleia fosse hoje, com certeza votaríamos pela continuidade da greve, porque há uma desconfiança muito grande em relação às promessas do governo”, disse o diretor de comunicação da APP, Luiz Fernando Rodrigues.
Enquanto isso, a greve entra hoje no seu décimo nono dia, com a categoria mobilizada. Centenas de professores permanecem acampados na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico, entre o Palácio Iguaçu e a Assembleia Legislativa. Os professores prometem permanecer no local até o fim da paralisação.
O governo do estado considera as negociações encerradas. Os educadores, por sua vez, alegam que a pauta não foi esgotada. Há insatisfações, principalmente, em relação ao aspecto financeiro. A categoria reivindica o pagamento de progressões de carreira a que professores teriam direito, mas que ainda não foram implantadas. Elas somariam mais de R$ 90 milhões. “Em relação a esse item, não houve proposta: ficou no ‘devo, não nego, pago quando puder’”, apontou Rodrigues 
O sindicato também quer o pagamento imediato do terço de férias da categoria – em atraso desde dezembro, e que soma R$ 144 milhões. O governo havia se comprometido a quitar o débito até o fim de março. Chegam à APP, ainda, informações de que nem todos os funcionários temporários receberam o valor das rescisões de contrato.

Escolas

Os educadores também esperam que as promessas relacionadas às condições das escolas sejam efetivadas. Ao longo da negociação, o governo aceitou contratar os 5,5 mil professores aprovados em concurso, mas a portaria de nomeação dos profissionais ainda não foi publicada em diário oficial. O sindicato também quer ter certeza de que, de fato, os dez mil professores temporários serão contratados – conforme compromisso firmado.
Outro ponto de impasse é o porte das escolas, que, de acordo com o número de turmas, estabelece quantos professores e funcionários cada colégio vai ter. O governo havia garantido que manteria o porte que as unidades tinham em dezembro do ano passado. Até a noite de desta quinta-feira, no entanto, os colégios apareciam no sistema com o porte reduzido.Na quinta-feira (26), o governo encaminhou um documento à APP-Sindicato oficializando os compromissos assumidos. Por isso, a decisão da categoria foi recebida com estranhamento no Palácio Iguaçu.

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